quarta-feira, 5 de maio de 2010

A desigualdade segundo Rousseau

Rousseau analisa, em um de seus textos, dois tipos de desigualdade: a natural (ou física), porque tem relação com o exterior, a capacidade física e a alma; e a moral (política), “porque depende de uma espécie de convenção e que é estabelecida ou, pelo menos, autorizada pelo consentimento dos homens”. Ainda afirma que não há como fazer uma ligação entre as duas, porque o que manda ou tem mais “status” social necessariamente não tem maior capacidade física ou espiritual que os outros.
Em relação à propriedade privada, o filósofo argumenta que houve vários conceitos e ideias para poder chegar a esses progressos e que não se formou de repente. “O primeiro sentimento do homem foi o da sua existência; o primeiro cuidado, o da sua conservação. Com necessidades, o homem foi se alimentando da terra e se procriando, tudo através do instinto. No entanto, surgiram dificuldades de sobrevivência, obrigando o homem a aprender a vencê-las.
O ser humano começou a formar a sociedade, mas, para isso, cada um tinha que exercer uma função e foi necessário criar leis evitando que pessoas que perderam a sua bondade, conveniente ao estado natural, cometam atrocidades com os seus. Apesar dos homens estarem menos tolerantes e sem a piedade natural (a que se tem quando se nasce e não se perde durante a vida), provavelmente, segundo Rousseau, esta deve ter sido a época mais feliz e mais durável.
Sendo possível pelo autor analisar que essa época era sujeita a poucas revoluções, mas por um motivo desventurado, que, para o bem comum, jamais devia ter ocorrido. Como os selvagens, encontrados nesse ponto, se esperava que o homem permanecesse assim. Os progressos posteriores aparentavam trazer o aperfeiçoamento do indivíduo, mas ocorreu o contrário, a degradação.
Rousseau afirma que todos eram felizes no modelo semelhante ao comunista primitivo, no qual se preocupavam em serem simples, vestindo-se com vestes de pele com espinhos, embelezar suas flechas, enfim, viver como os índios viviam. A partir do momento em que um passou a ser mais que os outros, por ser o líder geral ou similar, começou a desaparecer a desigualdade, criaram-se classes, introduziu-se a propriedade e o que se tinha acabou.
Após uma análise crítica do texto e algumas discussões, nós chegamos à conclusão de que Rousseau estava certo, concordando com sua teoria. De acordo com ele, existe uma desigualdade natural, que provém das características naturais e físicas de cada pessoa e, em parte, isso é realmente verdade. Talentos gerados por algo especial, físico ou mental, que um indivíduo tenha de forma natural, pode ajudar na diferença entre ele e outro sem tais talentos, gerando uma desigualdade. Da mesma forma, a desigualdade moral tem tudo a ver com a realidade, de que quem tem mais dinheiro, por exemplo, torna-se superior na sociedade do que os que possuem menos, gerando outra desigualdade.
É preciso nos conscientizarmos de que vivemos em uma sociedade desigual e tentarmos adaptar-se o melhor possível a ela.

 Redigido por João Paulo Radd, Alice Lacerda e Jéssica Nunes.

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