domingo, 25 de abril de 2010

Ética na Imprensa

Atualmente, todos os dias nós recebemos dezenas de informações, de diversas partes do mundo. Muitas vezes elas são corrigidas e adequadas aos fatos reais, como no caso de algum acidente, quando dados sobre feridos e mortos são atualizados constantemente.
Nós ficamos sabendo rapidamente desses acontecimentos porque jornalistas em todo o mundo buscam informações e as trazem até nós. Porém, nem sempre elas estão 100% de acordo com a realidade. Aquilo que vai parar no jornal é só uma parte da história; então, nós ficamos sem saber de alguns fatos, que podem mudar nossa opinião sobre o que aconteceu.
O jornalista, quando monta a reportagem para o jornal ou revista, seleciona apenas alguns fatos que aconteceram, faz recortes da realidade. Assim, o leitor sabe parte dela, mas nunca toda. Numa sociedade como a nossa, existe uma coisa chamada "fofoca". Não estamos aqui para debater a lógica da fofoca, mas como ela é contada. Se fizesemos uma rodinha e um contasse um caso no ouvido da pessoa do lado e o caso se espalhasse, até o caso chegar no ouvido da última pessoa a verdade será comprometida. O mesmo caso ocorre nos jornais, quando o jornalista narra a notícia do jeito que ele viu e interpretou, desvalorizando a verdade e priorizando o seu modo de pensar.
Na mídia brasileira e na mundial, casos assim são às vezes perceptíveis ou escandalizantes. Muitos devem ter ouvido falar sobre o “Tourist Guy”. Um húngaro, Péter Guzli, tirou em 1997 fotos suas no World Trade Center. Após o ataque do 11 de setembro de 2001, com um humor negro, Péter colocou um avião na sua foto e mandou para amigos. O e-mail começou a circular pelo mundo e muitos começaram a achar que a foto era real – “ela foi recuperada de uma câmera encontrada nos escombros do World Trade Center”. No início de outubro de 2001, o caso virou manchete e notícia séria pela mídia sensacionalista americana e pelo resto do mundo. A foto começou a receber montagens e chacotas, colocando o “Tourist Guy” no Titanic, entre outras brincadeiras. Um brasileiro, José Penteado, quis assumir a culpa de toda a brincadeira, mas, em novembro de 2001, Péter quebra toda a farsa e prova que a foto era dele. Nisso, mostra que a imprensa foi incoerente em utilizar uma foto sem fontes confiáveis e divulgar como verdade.

Não são raros os casos de manipulação da mídia e não são poucas as pessoas que percebem e ficam indignadas com isso. Um dos documentários mais conhecidos sobre isso é "Beyond Citizen Kane", no qual um canal inglês fala sobre a manipulação das emissoras de televisão, citando o caso da Rede Globo. O exemplo mais conhecido é sobre o debate das eleições de 1989, quando a emissora brasileira favoreceu o candidato Fernando Collor de Mello frente a Luís Inácio Lula da Silva, recortando partes do debate que desfavoreciam a candidatura de Collor. Vale lembrar que foi no governo do Collor que ocorreu o “Impeachment”.
Porém, não podemos generalizar e dizer que tudo de errado que aparece na mídia é para nos manipular. Às vezes, algum jornal ou revista que não seja sobre o assunto publica uma reportagem científica, e ela pode conter alguns erros. Isso não se deve ao fato de o repórter querer nos manipular, mas sim porque ele não procurou mais fontes, não quis ter certeza daquilo que descobriu. Um dos exemplos é uma reportagem que saiu na Revista Veja, pouco mais de 20 anos atrás, falando de uma experiência em que conseguiram juntar genes do tomate e do boi, dando origem a um tomate com gosto parecido com o de um filé mignon ao molho de tomates. Na edição seguinte da revista, veio uma nota falando que tudo não passava de um equívoco.
Após todos esses fatos é possível perceber que a imprensa nem sempre condiz com a ética. Muitas notícias não são sinceras com a realidade, manipulando a verdade, propositalmente ou não, e não se preocupando em trazer a correta informação, mas sim em fazer seu trabalho de preencher o tempo ou a coluna do jornal. Como leitores e telespectadores, nos sobra o fato de sempre estarmos questionando, debatendo o que é dito todos os dias e buscar novas fontes confiáveis.

Redigido por Alice Lacerda e João Paulo Radd.

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